Avanço do comércio pode retroceder por causa do colapso nas UTIs de Ilhéus

Centro Administrativo de Ilhéus
Secom

Em primeira mão. Por enquanto, a Prefeitura de Ilhéus não poderá autorizar a abertura da terceira etapa do comércio local, como previa no cronograma elaborado mês passado. A intenção era, ainda esta semana, ampliar a abertura do segmento econômico que, além dos setores essenciais, já conta com o funcionamento de um primeiro grupo de atividades comerciais.

A questão é que na última sexta-feira, de acordo com uma fonte do Gabinete de Crise - instituição criada pelo prefeito Mário Alexandre para discutir as ações de governo durante a Covid-19 -, houve uma nova provocação do Ministério Público,  feita ao juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ilhéus, Alex Venícius Campos, pedindo que ele volte atrás da reabertura gradual, optando por um novo fechamento total, permitindo apenas o funcionamento dos serviços considerados essenciais.

A alegação, de acordo com este membro, é de que os leitos de UTI na cidade, destinados ao tratamento da Covid-19, estão todos ocupados e a continuidade da estratégia de reabertura do comércio poderá resultar num grave colapso no sistema público de saúde do município.

O Jornal Bahia Online apurou que, nas próximas horas, a Procuradoria Jurídica da Prefeitura vai elaborar o documento de defesa pela manutenção da reabertura gradual, aguardando um novo posicionamento do juíz. 

O Juridico vai defender a tese de que a regulação para internação de pacientes nas UTIs atende a uma responsabilidade de gestão estadual e tem, também, o aspecto humanitário, de atender a quem está entre a vida e a morte.

Hoje, nas UTis de Ilhéus, existem pacientes de outros municípios regionais, a exemplo de Itabuna, Eunápolis, Barro Preto, Camacan e Ubatã. Os técnicos da Saúde alegam que, mesmo com a abertura de novos leitos de UTI, estes estarão sempre ocupados, já que muitos municípios da região não têm cumprido com sua função de líderar o segmento da saúde pública na região.

Na reunião, houve críticas diretas a Itabuna. O município tem apenas 20 leitos oferecidos ao tratamento da Covid-19 e seria uma referência regional na microrregião cacaueira. "Nesta condição, teria que ter entre 70 e 80 leitos", calcula a fonte. "Como não tem, tem gente vindo desesperadamente para cá", completa.